6.7.09

Morta

Não há mais o que eu diga, não há mais o que eu faça. Não há sombra de dúvidas, não há lampejos de esperança, não há sonhos que possam vir a se tornar realidade.
Mais do que em qualquer outro momento da minha vida eu senti que é impossível. É tão forte que fica ecoando o dia todo na minha cabeça: "é melhor desistir". Todo mundo diz isso.
Agora eu pergunto, sem maldade e com muita sinceridade, vocês acham que é assim mesmo? Eu acordo e decido que vou apagar dois anos e meio de sentimentos tão vivos e doentios? É realmente possível isso? Ninguém pode achar, chega a ser cruel.
A Lacey, os gritos, o Distillers, o lagoão, algumas roupas minhas, uns dias, uns locais, minha melissa de bolinhas, fotos salvas no pc, arquivos, poesias, livros, contos, algumas pessoas, tantos filmes, alguns cheiros, poucos sabores, ocasiões, diversas bandas e nossas músicas. Vocês acham que tudo isso vai ser assim... Deletado de um dia pro outro? Não dá pra ter acesso a toda sorte de artefatos que me lembram momentos em que tinha um motivo pra sonhar e querer destruí-los... Até porque não conseguiria.
É triste saber que de olhar pra Lua já tenho um motivo pra encher os olhos de lágrimas e listar tudo aquilo que há de errado.
Às vezes acho que o que eu mais queria era ser entendida, sabe? Ser combatida é fácil, ser consolada por terceiros é comum. Agora, alguém já fez o favor de pensar e me dizer o quão lindo é isso que sinto? O quão forte eu sou?
Deve ser legal ouvir historinhas de amor platônico e dizer: "sai dessa", mas ninguém quis ir profundamente. Ninguém quis lutar comigo quando eu não tinha mais forças, ninguém me amparou.
Eu sei que eu deveria ser autossuficiente, mas é cruz demais pra pouco Cristo.
E por mais que eu ainda finja crer que possa dar certo um dia, que amanhã eu vou acordar e vai ser um lindo dia em que o amor finalmente irá me sorrir e dar uma chance real, eu sei, sei mesmo, que nunca dará certo. Nunca. Desde o primeiro dia até hoje eu sei que sou um erro igual a tudo que faço. Chances nulas, erros muitos.
Mas dói demais viver nessa esperança seca, nessa incompreensão, nessa eterna saudade de quem nunca me pertenceu e que está aí, indo longe sem mim.
Dói demais viver pensando, falando e vivendo disso... Dói demais viver sem vida, viver só de um amor unilateral. Dói demais ser piada e insana, ser doente, ser morta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário