27.7.09

Reclamação

Eu estava com vontade de postar e pensei em dizer como estou confusa.
Aí eu já diria que só tenho dormido, que as pessoas me esqueceram, que eu quero dinheiro, que não consigo ser feliz, que minha vida caiu na monotonia e o blablablá de uma Luciana chata e inconformada.
Mas eu não vou fazer isso. Tenho que aprender que minhas reclamações não são prato de ninguém e não resolvem nada... Preciso louvar as coisas boas. Odeio a ingratidão mas tenho usado muito dela.
Eu não vou mais reclamar, não por hoje.

22.7.09

Luciana

Olá! Vim fazer uma postagem a você, Luciana.
Bom, às vezes me esqueço de homenagear a pessoa mais importante de todas para mim... Eu mesma.
A Luciana é, na maioria do tempo, uma pessoa criativa e sonolenta, alguém que consegue dosar a preguiça e a efusividade paralelamente. Ela peca um pouco na intensidade... Pouco não, peca muito.
Todo sentimento que Luciana faz germinar, é tratado de maneira anomálica. Sabe, ela deixa que isso estrapole a barreira do comum, faz com que tudo que ela sente seja algo descomunal, sufocante e desumano - principalmente para ela.
Luciana também não gosta das coisas que escreve, acha bobagem. Nunca fez algo que olhasse e dissesse "uau, que texto incrível". Isso vem da necessidade de provar a si mesma que é capaz de ser melhor cada dia que passa. Não se sabe se isso ajuda ou atrapalha.
A Luciana tem sua faceta metódica. Não gosta de cachorro, portanto repudia qualquer discurso nojento - como ela considera - sobre tais animais, bem como os vegetarianistas, naturalistas e alguns outros istas de quem come alface e rola na grama com um labrador. Ela odeia que entrem em casa com o sapato que chegou da rua, não admite outro programa de humor que não seja o pânico - vai entender, né? - idolatra uma série de celebridades totalmente desconhecidas - Amanda Ramalho, Leelee Sobieski, Sam Huntington e Álvaro Cardoso Gomes estão no topo - e também gosta de duvidar da dor alheia.
Acho que a Luciana gosta muito de se vitimizar, sabe. É, de certa forma, uma maneira de se fazer presente, de mostrar que está aqui. E também vem dela... É bom ser cuidada pelas pessoas.
Mas Luciana tem lá seu certo grau de inteligência, é justa na medida do possível, acredita na sutileza e nos X-men e faz um macarrão com calabresa que você nunca comerá melhor.
Sabe, Lu. Luzinha. Você é uma pessoa ímpar, mas não é ímpar como todas as outras. Você sabe fazer da sua dor um canto pra se fazer o riso, você sabe renascer todos os dias, você gosta dos outros mais do que a si mesma. Você é meio mongolóide, sabe... Mas eu tenho orgulho de você.

Essa é Luciana de Castro, Lu, Luci ou Lua. Chame como quiser.

19.7.09

Keep Strong

Dessa vez as lágrimas não saíram tão facilmente, por mais que eu forçasse elas teimaram em não rolar. Não que eu tenha ficado fria ou deixado de lado tudo aquilo que eu planejava para mim, só acho que eu cresci um pouco. Aprendi a canalizar as coisas, a fingir que elas não me atingem. Você deveria fazer isso também.
Engraçado é que o que vem pra mim, volta e atinge as outras pessoas. Terrível não poder dizer nada, eu seria mal interpretada. Mas você sabe, eu sinto muito. Se não deu certo, faça como eu. Acho que esperar não nos custa nada, eu tenho esperado há 2 anos e 3 meses e colhi poucos frutos mofados disso, mas ainda tinham sabor.
É melhor que você não deixe de acreditar no que tem dentro do peito, é bom que você nunca perca a vontade de amar porque se isso ocorrer, temos um problema grande.
Dói saber que não surto efeito na sua vida, mas sei que há quem faça. E você deve erguer a cabeça e fazer esse coração magoado fingir que compreende. Porque o amor não é justo. O amor é pior que o ódio, porque não cega, é a própria cegueira.
Enfim, já te pedi várias vezes... Seja feliz. Permita-se amar. Se precisar de mim, sabe que estarei disposta a dar um colo pra ser chorado. Sabe que me manterei firme por você. Sabe, não é? Eu estou aqui, eu sempre estarei aqui. Não só por você, por mim, por todos. Faça o mesmo. Mantenha-se firme, acredite no amor, na sua capacidade de amar, acredite na reciprocidade. Seja cego.

16.7.09

Eu tô tentando

É mais difícil do que eu imaginava ser, mas eu tô tentando de verdade, pela primeira vez.
A gente tem que engolir algumas coisas a seco, fingir que não tá vendo e rir como se fosse piada. E, acredite, é complicado ver graça na dor, ainda mais na sua própria dor.
Não sei, é comum eu ser egoísta, mas eu merecia um pouco de felicidade, um pouco de milagre na minha vida... Eu acho que mereço, sabe?
O que eu passo é coisa que pouca gente vai passar, talvez seja um privilégio meu conhecer esse tipo forte de sentimento - forte é apelido - mas vem como bônus passar tanto sofrimento, tanto teste psicológico.
Eu tô tentando fingir, além de tudo, que meu cérebro tá intacto, tá sadio. Mas não tá, não tá mesmo. Eu me contradigo de segundo em segundo e isso dói em mim, dói nas pessoas.
Eu tô tentando parar de ser confusa, mas tá sendo meio foda.

14.7.09

Elaine

Querida, você está dormindo e eu estou aqui no computador como sempre. Tá aquele frio que você reclama trezentas vezes seguidas e fica enchendo o meu saco.
Desde ontem pensei que era necessário te escrever algumas coisas devido a sua importância em minha vida. Claro que não escolhi ter você nela, mas foi uma escolha sábia tomada por alguém mais sábio ainda.
Eu realmente odeio quando você critica em mim algum defeito gritante seu (você faz isso sempre), quando você não me empresta um real ou uma bolsa velha sendo que usou meu rímel, meu lenço e meu blush. Eu também odeio quando você fala pó ao invés de blush porque você faz por querer! Odeio quando você me dá conselhos óbvios, quando você dirige rápido demais, quando fala que passou na UEM e eu não, quando tem ataques hipocondríacos, quando você me talaricava, quando você briga comigo por eu ter feito alguma coisa que eu acredito ser boa e acaba não sendo - tipo trancar a porta do fundo e ir tomar banho e você querer entrar, quando você não vem ver alguma foto no pc que eu quero te mostrar - vale pra televisão também, quando você fala que não consegue acordar depois das nove (consegue sim)...
Mas eu gosto quando a gente chega rindo da faculdade, gosto quando você me defende mesmo sem querer, gosto de te ver com ódio por mim, gosto do seu faro aguçado e da sua falta de medo para abandonar as coisas. Gosto do jeito que você trata as pessoas desconhecidas, gosto do seu respeito por mim, gosto de ter que dividir as coisas com você, gosto do jeito que você se veste (mesmo você passando blush demais), gosto de ver filme com você (mesmo você errando váaarias vezes na escolha), gosto - ou gostava - da época natalina no centro da cidade, gosto de corrigir seus erros de gramática, gosto de rir do seu nome e do seu tombo na descida do Glorinha, gosto da sua cara de cu sem igual, gosto quando você conta a mesma história pela 121067° vez, do jeito horrível que você chora, de dizer que suas doenças são psicológicas, de você xingar o palavrão mais sujo quando deixa cair um lenço e gosto da sua presença todos os dias perto de mim.
Eu não sei o porquê dessa nostalgia... Deve ser a saudade das pessoas eternas que foram embora... Você ficou e vai sempre ficar, porque eu quero ir antes de você pra não precisar te dar tchau.
Você é a pau no cu mais legal que existe, eu me orgulho de te conhecer e poder dizer que você é REALMENTE a minha irmã. A teacher Elaine que leva um Castro meu no final.

Abstenho-me de certas palavras, você sabe.

13.7.09

12.7.09

Sim

Sim, eu estou feliz. 2009 está sendo, de longe, o ano mais legal da minha vida.
Perco tempo - ou perdia - com as minhas dores e esquecia a delícia que é ser.
Dica válida para essa noite fria de domingo: lembrem-se sempre do lado bom, por menor que ele seja.
Quando você pára para observar as coisas minimamente boas, elas tomam outra proporção. Acredite, tem dado muito certo.
Nate que o diga! Dias cada vez mais insanos, mais nateluciânicos.
Engulam essa dica e parem de sofrer - escolhi essa vida após destruir tudo aqui dentro. Reconstruir-se é uma tarefa gostosa às vezes. O único obstáculo são as pessoas que não respeitam seus momentos de fraqueza, sua dor e os motivos dos seus erros. Mas acredite de novo, sempre há alguém que compreende de verdade, além de você saber.

Limpe sua mente, ajude-se, pare de amar os outros e se ame novamente. Escolha alguém para perder a sanidade com você.
Eu escolhi a Nate. 2009 está sendo realmente MUITO bom.

10.7.09

Ensaio Sobre a minha Cegueira

I - Sobre o porquê do nome deste blog:

Acredito que tinha acabado de assistir Ensaio Sobre a Cegueira (recomendo) e estava impressionada com tudo. Não dá pra eu te resenhar esse filme, porque eu simplismente o venero.
Fernando Meirelles, Saramago, Mark Ruffalo, Julianne Moore e o Gael são perfeitos e etc.
Mas enfim, eu queria palavras cegas. Palavras cegas que eu digo e não vêem ouvido algum com vontade de engolí-las, palavras cegas que escrevo e correm-se os olhos sem prestar-se a ler, palavras cegas que engulo e não vêem mais saída, palavras cegas que ouço e se perdem na escuridão da minha mente. Palavras cegas, tantas delas, frases cegas.

II - Cegueira de Corações Quebrados - o antigo banner:

Eu sempre penso que tenho vários corações de reserva, muitos deles, e eles vão se quebrando. Como ao longo do tempo só vou postando meu estoque de cacos cardíacos, nada mais justo que essa estante seja cega, ou pelo menos finja ser, pra não ver quem mexe nela. Essa é minha cegueira de corações quebrados.

III - Ensaio Sobre a Minha Cegueira (amorosa ou não):

Slogan de divulgação - uau - ou o banner mais rápido que usei.
Esse blog é, além de estante mofada de pedacinhos de corações luciânicos, um saco onde vomito minhas angústias, tritezas e infinitas derrotas. Há às vezes espaço para algumas poucas felicidades. Mas são devidamente vomitadas no mesmo saco. Esse saco é cego, inanimado, é o saco que guarda genuínas doses de Luciana, é o ensaio sobre essa minha omissão perante às atitudes erradas, sobre a minha burrice planejada e proposital, sobre os vômitos mais ácidos, ensaio sobre a minha cegueira amorosa ou não.

IV - Love's Blindness - a cegueira do amor:

É o meu mal favorito, aquele que me corrói diariamente em um pó fino e seco.
Cegueira porque me faz fechar os olhos para não ver a verdade, cegueira de quem conclui tudo errado, cegueira de quem passa por cima sem olhar por onde anda. De um amor que não respeita a cegueira e entra na frente derrubando tudo.


É isso. O ensaio sobre a minha cegueira.
A minha reação perante à animalização, frente às condições subumanas de sobrevivência, à insalubridade que só os amantes se submetem, à podridão e ao lixo que me sobram e eu devoro ferozmente.

Acho que é isso.

8.7.09

Complexo de Perseguição

Olá, meu nome é Luciana e eu acho que todas as pessoas no mundo falam de mim, estão com ódio de mim e pensam em mim a todo momento.
Oi, sou a mesma pessoa que acha que não faz diferença alguma pro mundo, que ninguém a conhece, que não surte efeitos - exceto vez ou outra em que estraga tudo - e blablablá.


Ou eu tô muito doente ou vocês ainda estão me marcando.
Prefiro estar doente.

7.7.09

Goodbye, MJ

Oi Michael. Estou te escrevendo pessoalmente porque lido com a morte todos os dias.
Eu não trato de doentes, eu não trato de pessoas. Eu lido com a desanimação.
Eu não fui sua fã mais eufórica, eu nunca fiz nada para te ver e nem comprei teus discos.
Não me senti digna de chorar por sua morte, não quis fazer homenagem nem tributo algum. Eu não tinha bagagem para isso.
Apesar de eu sempre ter acreditado em você e na sua inocência em todos os casos que já te acusaram, de eu acreditar que você é uma criança até hoje onde quer que esteja, que você nunca cometeu crime ou falta alguma, eu nunca fiz nada por você e nem falei grandes discursos. Eu sequer ouvia suas músicas todos os dias.
Mas hoje eu estava aborrecida como tenho estado quase todos os dias desse ano infernal, e fui ver seu funeral na TV. Foi emocionante até, a Paris me passa verdade igual você fazia, We are the World realmente é uma das canções mais lindas do mundo. Mas ainda assim estava sonolenta e triste.
Resolvi baixar de novo as tuas músicas. Eu estava com I'll be there na cabeça e botei pra ouvir. De repente me vieram motivos para te agradecer por tudo que você fez pela música e pelas pessoas, pela sua genialidade, pela sua música, pela sua poesia, pelo seu brilho.
Talvez porque eu não esteja em uma boa fase de minha vida, mas I'll be there é uma das músicas mais reais que eu já ouvi.
Eu, assim como o mundo, sei que você sempre estará vivo nas nossas memórias e em alguns tantos corações, sei que teu legado musical é infinito e sua dança sempre será única... Mas me assusta saber que presenciei a morte daquele que foi e sempre será o eterno rei da música. Fico um pouco preocupada com o pop, que anda tão sem brilho.
Mas sem mudar de rumo... Você sofreu muito nessa sua vida, você sofreu muito pra fazer o seu público, suas crianças, feliz. Você merece descansar agora. Chegou a hora de guardar seus brinquedos e ir dormir um pouquinho. Já não há mais dor.

Peço desculpas pelo mundo ter te destruído com sua justiça porca e imunda,
peço obrigada por essa música linda que está tocando há tantos minutos aqui...


Where there is love, I'll be there
I'll reach out my hand to you,
I'll have faith in all you do,
Just call my name and I'll be there.
And I'll be there to comfort you,
Build my world of dreams around you.


Queria que você tivesse ficado assim pra sempre, ou nascido hoje.
Adeus, até logo.

6.7.09

Morta

Não há mais o que eu diga, não há mais o que eu faça. Não há sombra de dúvidas, não há lampejos de esperança, não há sonhos que possam vir a se tornar realidade.
Mais do que em qualquer outro momento da minha vida eu senti que é impossível. É tão forte que fica ecoando o dia todo na minha cabeça: "é melhor desistir". Todo mundo diz isso.
Agora eu pergunto, sem maldade e com muita sinceridade, vocês acham que é assim mesmo? Eu acordo e decido que vou apagar dois anos e meio de sentimentos tão vivos e doentios? É realmente possível isso? Ninguém pode achar, chega a ser cruel.
A Lacey, os gritos, o Distillers, o lagoão, algumas roupas minhas, uns dias, uns locais, minha melissa de bolinhas, fotos salvas no pc, arquivos, poesias, livros, contos, algumas pessoas, tantos filmes, alguns cheiros, poucos sabores, ocasiões, diversas bandas e nossas músicas. Vocês acham que tudo isso vai ser assim... Deletado de um dia pro outro? Não dá pra ter acesso a toda sorte de artefatos que me lembram momentos em que tinha um motivo pra sonhar e querer destruí-los... Até porque não conseguiria.
É triste saber que de olhar pra Lua já tenho um motivo pra encher os olhos de lágrimas e listar tudo aquilo que há de errado.
Às vezes acho que o que eu mais queria era ser entendida, sabe? Ser combatida é fácil, ser consolada por terceiros é comum. Agora, alguém já fez o favor de pensar e me dizer o quão lindo é isso que sinto? O quão forte eu sou?
Deve ser legal ouvir historinhas de amor platônico e dizer: "sai dessa", mas ninguém quis ir profundamente. Ninguém quis lutar comigo quando eu não tinha mais forças, ninguém me amparou.
Eu sei que eu deveria ser autossuficiente, mas é cruz demais pra pouco Cristo.
E por mais que eu ainda finja crer que possa dar certo um dia, que amanhã eu vou acordar e vai ser um lindo dia em que o amor finalmente irá me sorrir e dar uma chance real, eu sei, sei mesmo, que nunca dará certo. Nunca. Desde o primeiro dia até hoje eu sei que sou um erro igual a tudo que faço. Chances nulas, erros muitos.
Mas dói demais viver nessa esperança seca, nessa incompreensão, nessa eterna saudade de quem nunca me pertenceu e que está aí, indo longe sem mim.
Dói demais viver pensando, falando e vivendo disso... Dói demais viver sem vida, viver só de um amor unilateral. Dói demais ser piada e insana, ser doente, ser morta.

Sonho

- Tira todo o resto do sangue, enfermeira. Aproveita e arranca esse coração de uma vez que no fígado não tem nada de mal.

5.7.09

Nulo

Todo dia que eu acordo, Pai, eu não vejo motivo pra sair da cama.
Eu não venço a preguiça por um único motivo: não tem motivo.
Eu olho pra baixo, eu viro de lado e te peço o mesmo de sempre. Mas também é sempre impossível.
É o meu maior egoísmo pedir que as coisas dessem certo pra mim, mas é egoísmo do mundo não me permitir.
Eu junto minhas mãos, Pai, peço fé, peço força, peço mudança. Mas nada chega, Pai. Nada chega.
Me preocupa estar fadada a ser sempre assim... triste, insana, condenada, fadada a uma vida medíocre e cheia de pequenas migalhas sem gosto algum.
Eu quero tanto, Pai. Eu peço tanto, Pai.
Quem é você, Pai? Por que faz isso comigo?

Você existe, Pai?

3.7.09

Merece uma postagem

Eu não sei porque, mas merece.
Eu cheguei 0h30 em casa, a Fer me deixou aqui. No carro ela e a Bianca falavam de coisas alheias a mim. Antes disso, silêncio reinava entre mim, Nate e elas. Não era um silêncio doído, muito menos proposital ou maléfico. Foi um silêncio do nada, um oco entre os pensamentos. O vácuo reinou me bombardeando de vários pensamentos envolvendo aquelas pessoas - e a Cláu, que tinha ido embora há algum tempo.
Sabe, fiquei lembrando de tempos ÓTIMOS com a Fernanda - pausa, senti uma pontadinha de vontade de chorar - da Nate e tudo, destaco, TUDO, que vivemos juntas e isoladamento unidas nesses poucos... 4 anos? Pensei na Bianca e em como queria ter algumas atitudes que ela tem.
Impossível não pensar em coisas e pessoas aleatórias. Essas doem. Fiquei viajando um tempão no tempo e nas minhas atitudes, no mínimo, RIDÍCULAS, e senti aquela velha dor e companheira no coração. É dor real mesmo, de quem errou feio... E sem querer.
É mais que óbvio - muito mais - que eu queria voltar no tempo e corrgir todos os meus erros, todos. Mas um em especial tem me tirado a vontade de viver. Acho que as pessoas, com razão, enxergam certo drama quando digo isso, mas é a pura realidade.
Da hora que acordo à hora que deito penso nisso. Fecho os olhos bem forte, resmungo, respiro profundamente, bato em minha testa, forço as madíbulas e estralo os dedos. Nada faz passar uma dezena de palavras que se revoltaram contra mim. Logo contra mim. Eu, que serei, se assim conseguir, uma profissional das palavras, uma encantadora de mentes, uma divulgadora de devaneios. Eu, que estava perto de algo, eu que sou doente, eu que merecia uma chance da sorte. Logo eu. Logo contra mim.
Mas tudo bem. O assunto era pra ter chego nas meninas e como amo estar perto delas, como as músicas que elas ouvem são terrivelmente ruins e engraçadas e como sinto falta de pessoas como a Fer de 2007 perto de mim, amando as tantas Lucianas que existem em mim acima de tudo, contra tudo e todos. Mas como toda palavra que pronuncio chega nesse assunto que não é pessoa mas é desecadeamento de uma cegueira amorosa, finalizo com um apelo: voltem a me amar todos os dias.

Eu REALMENTE estou ficando desconexa demais.
Devem ser as músicas sertanejas que a Fer ouve e eu me identifico com medo e pudor.
Acho que é sim.

Disse que merecia uma postagem.

1.7.09

O que falta

Ontem eu estava reclamando dessa dor no fígado sombria - que já passou mas ainda amarga minha boca - e minha mãe disse que o problema era o excesso.
Aí, daquele jeito desenfreado e doído que só Dona Vera sabe, ela começou a dizer meus excessos. Muito café, muita comida, muita internet, muita gordura, muita preguiça. E eu só: ''aham".
Minha vontade era olhar bem pra cara dos meus pais e da minha irmã e dizer: E minhas faltas?
E a falta de amigos que eu tenho? E a falta do prazer de viver? Falta-me motivo pra acordar, falta-me amor, falta-me utilidade verdadeira, falta-me graça nas coisas, falta-me vida.
Mas eu silenciei e, concordando, sei que os excessos - mesmo que mínimos perto da falta de tudo - estragam-me feito laranja podre esquecida na gaveta da geladeira.

Eu acho que às vezes eu sou mesmo uma laranja apodrecendo, mas dentro de uma cesta de vime. E eu nem vou entrar em detalhes do que - e como é - essa cesta. Chega de apostos por hoje.
Hoje faz um mês que eu passei do céu ao inferno, faz um mês que eu cheguei a crer que a vida poderia ser melhor e doce. Faz um mês que eu comecei a estragar tudo - TUDO MESMO - que me cerca.
E essa boca amarga vem pra me lembrar que eu sou o chacal.

É, não tenho nexo como antes.

Devem ser os excessos.
Ou as faltas.

Ou os apostos.