29.6.09

A vida é assim

A vida é assim mesmo, um aglomerado de desejos.
Eu tô aqui, numa semana forçosamente livre, sem ter ânimo pra fazer qualquer merda da faculdade, com fome e uma suposta temerosa dor no fígado.
Fico lembrando das coisas e forço muito pra apagá-las no ato - prometi isso - mas tá foda. É muito foda.
Aí lembro que tudo que eu te disse até agora foram meus desejos. Eu quis que não tivesse aula amanhã, eu quis beber mesmo sabendo que não podia e eu quis todas essas lembranças ruins. Ninguém teve culpa. Eu quis, eu fiz.
Engraçado como esses três fatos se entrelaçam, completam-se. A vida é mesmo uma piadinha desgraçada que não faz o mínimo esforço pra ser generosa comigo.
Atende os meus desejos mesmo sabendo que vão todos acabar comigo - das formas mais terríveis.
Sinceramente não sei o que é pior... arrependimento e medo dessa dor surgindo no fígado, impotência e nojo de estudar ou vergonha e tristeza por lembrar quão merdona eu sou.

Mas tudo bem, a vida é assim né, pai?
Tudo se encaixa e escracha.
A vida é assim mesmo.

24.6.09

Cansei

É sim, eu cansei de verdade.
Eu cansei de estar doente de verdade, eu cansei de enlouquecer e de fazer as pessoas se sentirem ruins com isso.
Eu sei que não sou santa alguma e que não tenho sanidade o suficiente pra cobrar respeito de qualquer pessoa, mas há algo chamado tempo.
O tempo deveria ter mostrado que só me mantenho firme em algumas poucas decisões, para as demais eu me arrependo SIM e tomo outra postura.
É fato que já falei muita merda por aí, mas há outras que eu disse sem motivo algum de agredir alguém. E é o que sinto agora. Que todas as sílabas que eu disser, serão interpretadas como uma peçonha. Mas não é bem assim.
Eu sou amarga quando quero, sou sim. Mas há vezes que teço um comentário de algo que vi perdido no mundo e por aí fica. Só que não dá pra achar que vivo em função de alguém assim. Tá que me movo por alguns motivos, mas há alguns que passam...
Eu sinto que fui perdoada de verdade, mas ainda tô sendo julgada. Só queria dizer que me arrependi de toda merda que disse e que não falei sílaba alguma sobre qualquer pessoa que fizesse parte dessa teia que foi formada. Eu não disse mesmo. Beure não me deixaria mentir.
O que faço são frases soltas e, desde que não tenha um contexto, nem eu mesma me lembro sobre o que dizia.
Eu já disse, com toda sinceridade, que torço pela felicidade dos dois por motivos éticos que se eu dissesse aqui, contradiria todo o meu desejo. Mas é questão de merecimento... E de eu saber que a situação não é nada confortável pra eles porque ninguém nos leva a sério - por mais sério que seja.

Essa é só uma carta de defesa. Pra dizer que tô desarmada, que tô consciente de que errei certa vez e que não vou errar dessa forma de novo. E que me respeitem como ser humano porque, como eu já disse, o tempo deveria ter ensinado que sou uma pessoa que só pede perdão quando realmente acha plausível.
A única coisa que eu disse nesse últimos dias que foi semi-ofensivo, foi pra defender meu diploma e sei exatamente sobre quem eu estava dizendo. E foram dois dias. Posso provar.

Enfim, tô saindo definitivamente.
Eu tô me tratando de verdade, eu tô cuidando de mim com a ajuda de quem realmente entende do que eu tenho dentro da minha cabeça confusa. Entendi que não era bom pra mim viver assim, e que não se brinca com nenhum tipo de doença: todas matam. Mas todas têm tratamento, mesmo que psicológico e mental.

Vou ficar fora por uns tempos, volto quando estiver sã de novo. Ou quando sentir que posso viver "em sociedade" novamente.
Desejem-me bons votos de cura.

21.6.09

Mantra

The pebbles forgive me, the trees forgive me
So why can't you forgive me?
I don't see what anyone can see in anyone else
But you

18.6.09

Cabeça Cheia

No fundo é tudo exatamente como a minha terapeuta - adoro essa palavra - diz.
Encher a cabeça. Encher muito a cabeça.
Há alguns minutos atrás eu tava sorrindo porque tenho milhões de coisas pra fazer. Sabe por quê?
Porque assim minha cabeça fica livre de qualquer pensamento negativo, realista ou doentio. Porque você sabe, dê-me um minuto com a cabeça vazia e eu começo a maquinar e encontrar mais chifre em cabeça de cavalo. E olha que achei vários ao longo desses 17-quase-18 anos meia-bocamente vividos.
É bom ficar cansada de novo, é bom poder mudar de assunto, bom acordar sem rotina. É bom viver.
As vezes tenho pensamentos tempestuosos que envolvem sumiço, morte e perda de consciência... Acabo me esquecendo que há uma linha tênue, e bem sacana, entre cuidar e findar, e eu decidi que quero cuidar de mim de novo. Tem muito tempo que não morro de amores por mim mesma.

Depois dessa melação toda, dou meu boa noite.
E peço que Deus - ou algo do tipo - ajude-me a me reconstruir porque não tá sendo fácil.
Você pode ter ajuda dos amigos, da universidade, da psicanalista... Mas sem ajudas surreais nada acontece. E de surrealismo eu entendo!
E que fique claro que meu surrealismo tá tentando não fazer mais planos que eu sei que são impossíveis. Meu subconsciente só tá querendo paz pra mim e pra quem amo, e só.

Tchau.

14.6.09

Desculpas

Ok, acho que você nunca vai ler.
Mas você é legal. Bonita, simpática e legal.
E foi um mau começo causado por mim.
Quem sabe se eu não tivesse falado tanta merda eu ainda pudesse compartilhar com você algo que só nós duas sentimos - e sabemos que é ruim.
É fato que fico com migalhas - quando fico - e vivo me deprimindo pelos cantos e que ele nunca vai olhar pra mim como olha pra você... pras tuas fotos. E é essa a tua cruz, essa desgraça chamada distância.
Nós duas. Sofrendo. As duas. E eu, por mais que seja sincero, fiz o favor de estragar qualquer contato com a única pessoa que entende, ao menos que uma fração, disso que eu sinto.
Ah, você deve acordar de noite pensando nele assim como faço. Você tem o privilégio de não ver tantas coisas horríveis que eu vejo (e que me levam ao fundo do poço), talvez nem veria se estivesse aqui, mas você nunca o abraçou. Eu não saberia viver sem isso.
Mais triste que secar as lágrimas de quem a gente ama, é não poder fazer isso... e eu no teu lugar estaria pior do que me encontro hoje. Desamparada. Louca. Vexatória.
Mas aí chega a parte dos "te amos" que você ganha, do amor que te é jurado e dos seus olhos lindos e coisa e tal. E da rejeição que eu sou campeã. Dois lados de uma mesma moeda.


Você é uma pessoa de bom gosto e eu sinto muito.
Sinto muito todas as coisas, e esse é meu erro. Sentir.

Sem mais, Luci.

12.6.09

Dia dos Fracassados

E dos comerciantes.
Ok, sem esse reacionismo barato. Dia dos namorados.
Não era um dia triste pra mim, mesmo sendo hoje o terceiro do meu relacionamento imaginário. Eu nunca tinha ligado.
Esse papinho de ursinhos carinhosos "ai vou morrer de comer chocolate, quero um namorado, presentes e uma aliança da prata fina" nunca fez minha cabeça. Eu acho que vou além disso.
Tô abalada desde que acordei porque parei pra pensar naquele relacionamento que disse ali em cima. Nessa luta que tenho travado comigo e com várias pessoas há tanto tempo pra não ter um dia sequer enrolada nas cobertas, de pijama, vendo filme. Não que eu não tenha tido esse dia na casa da Nate. Mas eu queria outra versão desse combo, entende?
É claro que ninguém entende. Nem eu me entendo.
Ninguém nunca vai conseguir entender o que leva uma pessoa a se flagelar por tanto tempo... a se boicotar, machucar e humilhar por nada. Dá certa impressão de que eu gosto de ser otária assim.
Tenho virado um boneco de ventríloco do destino e isso não me agrada. Mas bonecos são de madeira e não conseguem articular. Eu super tô assim.

Mas chega de melancolia, não?
Feliz dia dos namorados pra vocês que tem alguém pra pegar na mão e ficar analisando as unhas. Eu não tenho.

Mas não namorem... amem! Lutem.

11.6.09

Music Thursday

Eu só quero que você saiba
Que estou pensando em você
Agora e sempre mais
Eu só quero que você ouça
A canção que eu fiz pra dizer
Que eu te adoro cada vez mais
E que eu te quero sempre em paz

Tô com sintomas de saudade
Tô pensando em você
E como eu te quero tanto bem
Aonde for não quero dor
Eu tomo conta de você
Mas te quero livre também
Como o tempo vai e o vento vem

Eu só quero que você caiba
No meu colo
Porque eu te adoro cada vez mais
Eu só quero que você siga
Para onde quiser
Que eu não vou ficar muito atrás

8.6.09

Doente

Às vezes a nostalgia e o arrependimento vêm tão fortes que eu mal posso surportar. É uma dor tão aguda, tão forte, que faz meu cérebro acreditar que está prestes a explodir. As paredes do meu crânio parecem estar se encontrando.
É uma dor que me envergonha, que me maltrata, perturba. É quase uma cruz, uma coroa de espinhos. É a dor dos solitários, dos vazios, dos mal amados, dos afetados, dos mendigos e dos corruptos. É a dor do errante, do errado, do erro crasso.
Essa vergonha me faz ranger os dentes, lacrimejar as vistas, semicerrar os olhos e franzir o nariz. Minha fuga pra poder aguentar o físico dessa frustração.
Tô sofrendo os efeitos de uma dose cavalar de mim mesma. Tô doente de mim. Tô sufocando um grito mudo de ajuda. Tô tendo overdoses dessa droga sintética que é o meu ser. Imagine como minha mente está nisso tudo.
Vida? Eu deixei pra depois. Das minhas 24 horas eu jogo 23,5 no lixo vago da minha memória. Meus sentimentos dançam juntos num turbilhão radioativo aqui dentro desse peito calejado. Eu não tô confusa, eu sou a confusão. Eu sou o olho do furacão.
Eu tô vivendo de um passado tortuoso sem acertos. Um passado que acaba toda hora que finda algum de meus fracassos.


É sério, eu tô cansada. Eu tô doente de tudo.

7.6.09

Do Céu ao Inferno em 7 dias

Não cheguei nem a comentar da fase céu, não deu tempo.
Meu inferno é rápido, dolorido e eficaz: destrói e ainda deixa rastros.

Não teve nada que me desse uma luz nesse final de semana, ou nesse inferno - se assim prefirir. Eu tô na lama. Devido à diversos fatores, que eu nem vou me dar ao luxo de enumerar, eu não passava por um inverno tenebroso há tanto tempo. Já era de se esperar depois de algo tão estupendamente bom. Eu somente me pergunto: por que sofrer tanto assim?
Eu sei que devo dever coisas à vida... mas é tanta dívida assim? Poxa.

Algumas pessoas me acham dramática demais por encarar esses fatos como sofrimento e com tanta seriedade. Deixo bem claro que quando alguém se dedica DOIS ANOS (A N O S) a algo e depois deixa tudo ir pelos ares - de graça - não tem como não se odiar. Não tem como parar de pensar. Não tem como dormir em paz, colocar os pés no chão, sorrir de verdade e se manter bem. É uma vontade incrível de morrer, sabe? Sumir sem deixar vestígios.
Mas coragem me falta, sempre me faltou.

Antes que eu realmente procure um psicólogo, que eu tente te esquecer depois desses longos 25 meses e meio, eu só quero que você saiba - mesmo que nunca leia:

Eu te amo e pretendo continuar te amando por longas e longas décadas.
Eu te amo como se não houvessem outras pessoas no mundo, eu te amo com todo o meu ser e todas as minhas forças.
Todos os pedaços de mim te querem, tudo o que é Luciana te ama. Eu te amo como se fosse a única coisa que me fizesse viver, eu te amo mais que qualquer alguém vai te amar em sua vida. Eu te amo de uma forma doentia, pura e violenta. Eu te amo como se eu tivesse esquecido de amar a mim mesma nesses anos... Eu te amo e peço desculpas por isso. Eu peço perdão por ter te feito tão mal, tão culpado em minhas ciladas, tão escravo da minha melancolia.
Eu te amo.



Dito isso, adianto que hoje faz uma semana... daqui alguns segundos.
E que... o meu terapeuta pode me arrancar de você, mas o seu gosto sempre vai estar aqui.


Sem mais delongas, Luciana.