8.6.09

Doente

Às vezes a nostalgia e o arrependimento vêm tão fortes que eu mal posso surportar. É uma dor tão aguda, tão forte, que faz meu cérebro acreditar que está prestes a explodir. As paredes do meu crânio parecem estar se encontrando.
É uma dor que me envergonha, que me maltrata, perturba. É quase uma cruz, uma coroa de espinhos. É a dor dos solitários, dos vazios, dos mal amados, dos afetados, dos mendigos e dos corruptos. É a dor do errante, do errado, do erro crasso.
Essa vergonha me faz ranger os dentes, lacrimejar as vistas, semicerrar os olhos e franzir o nariz. Minha fuga pra poder aguentar o físico dessa frustração.
Tô sofrendo os efeitos de uma dose cavalar de mim mesma. Tô doente de mim. Tô sufocando um grito mudo de ajuda. Tô tendo overdoses dessa droga sintética que é o meu ser. Imagine como minha mente está nisso tudo.
Vida? Eu deixei pra depois. Das minhas 24 horas eu jogo 23,5 no lixo vago da minha memória. Meus sentimentos dançam juntos num turbilhão radioativo aqui dentro desse peito calejado. Eu não tô confusa, eu sou a confusão. Eu sou o olho do furacão.
Eu tô vivendo de um passado tortuoso sem acertos. Um passado que acaba toda hora que finda algum de meus fracassos.


É sério, eu tô cansada. Eu tô doente de tudo.

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