12.10.10

Eu não sei o que é paz

Desde criancinha eu tenho passado por todos os sentimentos que um ser humano normal passa ao longo de sua vida.
Algumas pessoas, e foram bastantes, me disseram desde então que eu tenho uma certa disposição a "sentir mais" todas as coisas. Como se eu me importasse mais com os sentimentos, como se eu desse superlativo a todas as emoções. E eu faço isso.
O que eu noto por mim mesma é que desde essa época aí eu não passei, nenhum segundo sequer, pela paz. Eu já amei, e amo. Já odiei, e odeio. Já senti medo, e estou agora. Já senti repulsa, inveja, orgulho, carinho, decepção. Tudo. Mas eu não sei o que é paz, não faço nem ideia.
Na verdade eu nem sei se paz é um estado emocional, talvez nem seja mesmo. Mas eu nunca vislumbrei essa coisa, que quer que ela seja.
Nesse momento eu tenho um namorado que amo e me ama. Tenho pais zelosos e extremamente amáveis. Amigos que eu daria a vida por eles. Uma casa bem cuidada, roupas novas, estômago cheio, corpo são. Meus problemas afetivos estão sanados. Estou com um pouco de saudade dos meus pais, da irmã que é linda e sincera.
Mas a cabeça não vai nada bem como sempre. Dessa vez o problema é o trabalho e o desenrolar dos fatos decorrentes dele. Dessa vez a bomba é outra e eu vejo ela acesa em meu colo. Só eu vejo. E perco o sono, a vontade de fazer as coisas, o brilho, o ânimo. Mora em mim um grande medo, um pânico. Um horror. E uma vontade de abrir uma saída com os próprios punhos.
Converso, peço ajuda. Tenho meus guerreiros ao meu lado, mas não tenho sanidade. Eu não sei o que é paz, eu nunca soube. A minha cabeça é um purgatório, sempre há um problema que ela mesmo cria e me consome, me queima tudo por dentro. O que me resta. O problema é comigo e com essa loucura que nasceu dentro de mim. Por culpa dela, e de mim, eu não sei o que é paz.
O que faço eu da vida então?

Um comentário:

  1. Faz assim: Migra pro Wordpress e eu te conto o que fazer.

    Mas, sério agora, esquece. Não liga pras merdas da vida — é óbvio que elas existem e possuem significado —, esquece.

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