24.9.10

Amor

Já fui católica fervorosa, era devota. Ia na missa, rezava antes de dormir, sermão no domingo de manhã. Já estudei a Bíblia por contra própria, dediquei um mês da minha vida ao estudo do hinduísmo, assisti culto evangélico e morri de medo do juízo final. Virei ateísta, sofri, fiz promessa, rezei, orei, autoexorcizei. Assumi-me pagã, profanei, ri, fiz descaso, pouco caso, nem liguei. Voltei a sofrer, ser herege e orar, tudo ao mesmo tempo. Botei-me de joelhos ao chão, não fui mais à procissão e decidi deixar rolar.
Há uns meses atrás descobri o amor, virei adepta. Toda noite penso nele antes de dormir. Vivo por ele. Comungo de sua carne, sangue e suor e ele da minha. Somos um só corpo e um só espírito. Digo uma só palavra e entro em sua morada, fria, desconsolada. E de lá saio renovada, porque o meu nome está no amor. Dentro, fora, pelas beiradas.
Se quer saber, talvez Deus seja mesmo o amor. Se não for, ainda haverá tempo de descobrir. Fiquem com amor.

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