19.9.09

Quaresmeiras

Escrevi um grande texto sobre "É amor quando não te amam?", mas achei tão fútil que resolvi apagá-lo. Poderia desfazer, mas prefiro fingir que ficou somente na minha cabeça, fruto desses pensamentos que a gente tem antes de dormir.

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Dia desses, meu professor comentou sobre as árvores Quaresmeiras - algo assim. Disse que elas dão as mais belas flores quando estão se preparando para morrer. A intenção é polinizar o ambiente ao máximo para que a morte delas não seja em vão. Fiquei com isso no fundinho das sinapses.
Hoje quando acordei senti aquela felicidade púrpura, pura e genuína, que chegou a me fazer dar um sorriso de orelha à orelha sem motivo algum aparente. Foi aí que a memória aleatória foi ativada.
Até o momento que vos escrevo, um milhão de pensamentos pretos, laranjas e branco com bolinhas vermelhas me invadiram fazendo mudar a nuance de toda essa felicidade. Dentre essas cores: a nostalgia. A nostalgia é o sentimento mais pesado que existe em minha humilde opinião. Traz tristeza, felicidade, saudade e dor, tudo junto, como uma granada de mão. Nessa explosão toda fui pensando em como estou só e naquele blablablá todo de como nunca me sinto completa. Talvez esse drama de não se sentir fixo em lugar algum seja coisa de todo mundo... Mas gera certo pânico em mim.
Aí que as quaresmeiras entram. Felicidade forte e avassaladora para anunciar que o único motivo de estar assim é a morte - entendamos a morte aqui como deixar de ser eu mesma. Mas tal fato não me surpreende em parecer uma Quaresmeira. O que me preocupa quanto a essa semelhança é uma questão de cunho reprodutivo e filosófico: o que eu tenho feito para polinizar meu ambiente?

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