22.9.09

Deixa eu te dizer?

Chove lá fora.
Dor de cabeça aqui dentro.
Cheguei numa vontade assustadora de te contar de tudo, de te pedir um momento para poder contar o que se passa e o que se passou no meu coração ao longo desses 3 meses.
Eu fiquei bem na dúvida se te relataria esses fatos incoerentes e confusos, se omitira outros, ou se apenas te pediria ajuda para me fazer entender melhor o que está ocorrendo. O que ocorreu. O que está para ocorrer.
Acho estranha toda essa movimentação, esses sentimentos conflitantes. Às vezes te juro que até acredito ser nada, coisa boba de um alguém tolo. Mas não pode ser.
Você, se me conhecesse a mais tempo, entenderia que não sou assim. Para eu acordar no meio da noite com um nome em questão na cabeça, algo de diferente está para acontecer. Não que eu te compare a outros acontecimentos de minha vida. Jamais. Só acho tão diferente que não posso mais suportar.
Noutra postagem desse blog, num momento péssimo de minha vida, disse sobre passar do céu ao inferno. Você não deve ter lido. Foi pesado.
Enfim, senti o céu de novo, talvez mais forte e doce do que da primeira vez. Eu dancei You Only Live Once em frente ao espelho, eu cancelei com amigos, eu mudei ideias, eu confessei segredos. Lembrar disso e de tantas mais palavras hoje, fazem-me entrar numa nostalgia que, de tão recente, deixa-me louca. Louca. Como faz para tudo ser tão fugaz assim? Quando é que perdi o controle disso tudo? Sinto lhe dizer, mas parece caso pensado. Parece que foi assim: "essa pessoa merece mudar de foco". É, mudei o foco. Mas a dor mudou também. Não é lá a dor do errante, como disse outrora. É a dor do desconhecido, do desconhecimento. Eu já não sei mais o que sinto, eu não sei olhar nos olhos quem me vê de fora e afirmar com certeza o que se passa.
Eu sei que ao seu lado - e leia aqui "lado" no sentido mais superficial da palavra - eu me sinto invencível de novo, como se fosses um velho amigo. Entende? Sinto que sua presença é fundamental e rara. Isso é minha nova dor. É um achamento perdido, uma coisa impressionante.
Eu sei também que você tem medo de saber essas coisas, e sei que hora ou outra vai acabar lendo esse texto e sabendo que é pra você. Você sempre sabe, não é? Sempre sabe o que eu penso, sempre entende o que meus olhos dizem. Eu sou clara em minha omissão. Culpa sua. Não pedi vez alguma que chegasse com esse seu jeito diferente de caminhar e com essas palavras que se juntam feito poesia em frente aos meus olhos. Não pedi. Pedi?
Mas eu vim com a garganta cheia de frases bonitas, de explicações e teorias sobre mim mesma. Eu queria te pedir para não ter medo de mim, medo do que vai acontecer comigo, medo do que eu quero. Eu ia pedir também para você não deixar de querer saber de mim, do que eu penso.
Você foi embora de novo. Talvez seja isso que esteja acontecendo... Você já conhece tudo de mim, a necessidade de me ter por perto já passou. Mas eu sinto falta... Talvez porque não sei quem és. Só metade. Alguém fascinante versus alguém sem explicações. Estranho mesmo, né?
Parou de chover lá fora.
Sinto falta de um passado ainda tão recente.
Vamos tomar um chá qualquer dia desses para eu te contar tudo o que se passa?
Mas se não quiser, entendo. Só quero que saibas que esse seu medo é puro equívoco.
Só isso.
Até mais.

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