Mas há dois dias virei medo, morte. Eu não tô aguentando, tô doente. Me arrasto da sala pro quarto, do quarto pro banheiro. E dói o tempo todo o corpo, mais ainda o coração. Dói uma vontade tão muda de gritar que já entendi, que tô sofrendo de verdade, que meu choro queima a pele quando rola quente e ácida. Tá doendo demais mesmo, de dentro pra fora, incendeia meu corpo inteirinho.
Será que eu sou tão ruim assim que o silêncio tem de ser meu único companheiro agora? Dói muito e eu não mereço tanta dor. A saudade e o medo em mim dançam de mãos dadas. Eu sou tão ansiosa. Respeito a sua mágoa, mas e a minha? Tô magoada por ser eu mesma, pelas coisas. Porque não para de doer um segundo sequer. Eu quero estar perto, sabe? Eu quero presença de novo. Eu quero isso ou sumir. Quero a paz de volta ou morrer. Porque essa dor tá acabando comigo. Me olho no espelho e só vejo olheiras e palidez. Tá doendo. Tá doendo demais.
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