4.5.10

Não vou mais me perder por aí

Tudo que eu queria agora era paz. E eu tenho. As minhas ambições de vida mudaram muito ao longo desse período em que entrei na faculdade. Parece bobagem e pequenez, mas o que eu quero pro meu futuro é passar num concurso público - ou algo que o valha. Quero trabalhar pouco, ter finais de semana livres, ganhar o suficiente para me sustentar, comprar roupas, presentes e fazer algumas viagens. Nada além disso. Eu gostaria de ter a minha própria casa e um jogo bem gostoso de sofá. Queria decorar as paredes junto dos meus amigos. Tudo que eu queria pro meu futuro era uma sexta que acabasse no domingo à noite. Quero um emprego normal e quero estudar algo interessante. Eu serei jornalista ao menos por formação e pretendo continuar me formando. Talvez no rádio, nas teorias ou nos documentários - ainda penso nisso, não sei como funciona. Eu esqueci de TV e desisti de querer me adaptar aos moldes do impresso pelo simples fato de não concordar com eles. Não sou uma pessoa que deixa o texto aparentemente livre de opiniões minhas e juízos de valor. Entenda, eu não carrego as minhas matérias com o meu parecer, é que vez ou outra concluo algo pelo que estudei para estar escrevendo sobre o assunto. Não acho errado. Acredito na polivalência do jornalista. Ao menos na minha. Não quero ser rica porque eu não acho que seja legal. Eu quero ter conforto, não mordomia. Vou continuar lavando as minhas roupas, cozinhando e andando de ônibus. Só quero ter dinheiro pras roupas (de novo), pro táxi sagrado, pra ter um pc bacana e pro supérfluo. CDs, filmes, cinema. Cerveja. Quero viajar duas vezes por ano, quero acampar sempre que puder, quero voltar pra Apucarana muitas vezes. E que na minha geladeira nunca falte Stella Artois, Coca-Cola e tomate seco.
Eu penso assim sem luxo talvez porque nunca tenha o tido. Quando pré-adolescente entrei em algumas paranoias. Eu queria ter o celular da galera, todos os tênis do mundo e ir pra qualquer baladinha nonsense que eu via. Mas eu não ia. E isso fez de mim uma pessoa compreensiva nesse aspecto. Não que eu tenha sido privada de conforto, muito pelo contrário. Mas eu nunca tive o mundo nas mãos. Eu fui parando de querer uma vida de rainha aos poucos assim que fui deixando de ser moleque. O meu conto de fadas eu deixo pra outras esferas. Eu quero ter uma vida conturbada - no bom sentido - no quesito amor. Quero ser sempre esse enxame, esse fervilhão de sentimentos. Quero que em mim nunca acabe esse dom pra amar e viver dele, quero sempre o amor como guia e primeiro plano. No futuro eu não penso em dinheiro em abundância, eu penso em realização. E a minha realização é ser amada pelo amor da minha vida, ter os meus amigos ao alcance dos meus abraços e a minha família sempre por perto. Isso pode parecer a vida de alguém muito calmo, mas se engana quem pensa assim. Se de um lado eu vejo a calmaria de uma vida profissional comum, eu quero a correria dos apaixonados e dos viciados em relações afetivas, igual eu sempre fui e tenho me tornado cada vez mais.
Sabe, em resumo, eu não quero mais me perder por aí. Agora eu sei tudo o que quero.

3 comentários:

  1. que lindo! eu acho que a partir dos 17 a cabeça muda assim: PÁ! to começando a me sentir um pouco como voce, mas ainda quero roupas, todos os tenis do mundo e baladas non sense e etc! kk bjs

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  2. sabe nada, daqui um mês essa lista muda.

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  3. quero absolutamente as mesmas coisas

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