25.3.10

Dos Balcãs

"far from home, elephant gun, let's take them down one by one"

22.3.10

Esse texto é para você e você sabe disso

Meu caro amigo que eu não quis que fosse assim tão amigo mas não teve jeito e eu não me enganei. Pode parecer que não, mas eu pensei em cada palavra que você me disse hoje. Algumas doeram - não por culpa tua, é que as carrego tatuadas no meu coração.
Dentre tantas coisas, percebi que você estava certo sobre tudo. Tudo. E principalmente que você é meu amigo. Você é a coisa mais linda de amigo que eu tenho, um coração em tamanhão de gente. Desculpa por eu estar machucada e achar que nos reinventar faria com que tudo melhorasse. Pensei em nós dois. Desculpe por eu desejar a minha má sorte a quem não precisa dela e por opinar sempre da mesma forma quanto aos teus problemas. Digo "de nada" pelos elogios que te fiz, e é de nada mesmo. Quando digo que você é uma pessoa incrível é para você acreditar mesmo.
Eu estava aqui pensando que você, assim como muita gente, pediu-me para que eu me desse uma chance. Para que eu mandasse tudo se foder e saísse por aí fazendo o que eu realmente quero. "Você não precisa fazer o que os outros querem", você disse. E você acertou em cheio. Engraçado é que bastante gente me disse... Faz diferença quando olham nos nossos olhos.
Muito obrigada por tudo o que você falou e fez, pelas loucuras que temos falado e feito, pelos planos que estão por vir e pelas broncas que levamos por sair da sala de aula.
Esse texto é para você e você sabe disso. Sabe também que eu te amo, que te quero por perto, te quero feliz, que a gente resolve tudo numa boa.

Ei... Aquele convite ainda está em pé? Eu aceito. Aqui o cão não somente morde como arranca pedaço.

19.3.10

Constando

Eu fiquei meio cansada de chorar amor. Tô cheia de mentir e omitir e de me depreciar. Eu quero felicidade agora. E se for preciso eu vou inventar uma vida, um novo amor e uma música que ainda não cantaram. Se precisar eu crio com as próprias mãos algumas tardes ensolaradas nós dois sentados em frente à biblioteca e eu mexendo no seu cabelo. Se eu achar necessário invento um aroma para o avelã, reinvento o vermelho e acendo luzes por onde passarmos. Eu crio uma Roma toda só para incendiá-la. Eu vou fazer de tudo para ser feliz. Eu compro por quilo ou cabeça. Eu vou até o fim.

18.3.10

Fim de noite

Ele diz que não gosta de ninguém e eu digo que a vida não saiu como planejado. A música fala que a humanidade é desumana, o doutor discute o propósito de ali estarmos, o mestre reconhece sua automatização e o banco pede mais um cadastro. O computador dá a possibilidade de ter uma senha que o tranque, você recua por medo e cautela e nós ficamos aqui sonolentos enquanto a madrugada se esquenta para virar dia. As cervejas gelam para que o garçom as sirva amanhã, o povo dorme para poder acordar e trabalhar para poder dormir um dia em paz e o bebê respira para poder fortalecer os pulmões e um dia respirar com toda a força que eles possuem e ganhar o pão que garantirá o tratamento do câncer. A gente pode escolher entre nascer e começar a morrer. Podemos trabalhar com a hipótese de que Deus não é tudo isso, podemos trabalhar com o Darwinismo, podemos ser esquizofrênicos, podemos tomar alucinógenos, podemos andar sobre brasa ardente. Vivemos sofrendo para poder morrer em paz mesmo não querendo que a morte chegue. Pensamos muito e não amamos e quando amamos esquecemos de pensar. Esquecemos de nós mesmos e de quem amamos e lembramos de enfrentar aqueles que não gostam de nós. Prometemos o tapa e o soco mas não dizemos em palavras o amor que sentimos. Batemos na face e não batemos no peito. Ele se ofende com a crítica e critica com ofensas. Ela anda depressa e nunca sai do lugar. Eles se reunem e sempre estão sós. Eu estou aqui sentada na mais completa paz de quem sabe que nada é como deveria ser. Sorria. Essa é a nossa vida.