28.1.11

Você não pensou que eu fosse esquecer, né?


Hoje é o novo dia de um novo tempo que começou. Hoje os nossos sonhos serão verdade porque o futuro já começou: é dia de anos, de anos do Thiago Guimarães, vulgo Beure, conhecido ~internacionalmente~ como @oraporra. Hoje é também aniversário de Apucarana, minha cidade natal, e devido a esse fato maravilhoso é decretado feriado municipal. Prefiro acreditar que é em homenagem ao Beuroca. Bom, conheci o Beure em 2006 numa comunidade de tiopês (hummm que modernos). E, embora eu tivesse 14 anos na época, ele sempre foi esse lindo que é e a gente se *apaixonou* bem rápido e gostoso. O Beure me viu crescer praticamente, acompanhou os meus DRAMAS DA ADOLESCÊNCIA, me viu digivoluir de Luciana para Lusi, de Lusi para Luci, de Luci para Dulce, de RS, Enfim, de meninota para essa vaca véia que eu me tornei hoje em dia.
Passei muita coisa boa com o Beuroca, muita mesmo. Rimos muito de tudo e de todos, principalmente do jeito como ele conta as coisas - é sério, às vezes ele
conta uma coisa triste e você acaba rindo porque NÃO TEM OUTRO JEITO - e conhecemos muito da vida um do outro. Nos conhecemos pessoalmente em Londrina em abril de 2009, quase dois anos, e eu espero que ele pegue as malinhas nordestinas dele e venha passar umas férias na minha casinha nova porque a vontade de tê-lo por perto é imensa e constante.
Ando meio ruim com as palavras, neno, mas esse texto é para te dar os mil beijos e sete bilhões de abraços que você merece pelo seu aniversário e por ser quem você é. Pelo seu bom humor, sua inteligência, fofura, lindeza e por me fazer ouvir qualquer nordestino falando e dizer: nossa, parece o Beure. Por me fazer ver uns ócludos na balada e sempre
pensar comigo que parecem com você, por me fazer repassar as suas piadas para vida ~real e contar que é de um amigo de Recife, por fazer Pernambuco parecer ficar do lado de casa tamanha é a sua importância para mim.




Felicidades, lindo. Você REALMENTE merece tudo de bom na sua vida porque é, sem dúvida, uma das melhores pessoas que já conheci.
Eu te amo muito, viu? Muito mesmo.

25.1.11

O Cheiro

Um dia eu li por aí um negócio que me ocorreu ainda agora num desses flashes rápidos de lembrança. Li de uma menina perdidamente apaixonada que, quando ela encontrava o namorado, não adiantava tomar banho, passar cremes, perfumes, dormir, acordar e correr a Maratona de São Silvestre: o cheiro dele sempre permanecia nela. Eu achei isso muito bonito, apesar de eu não conseguir reproduzir a poeticidade com a qual ela escreveu essa declaração de amor.
Já devem fazer cinco anos que eu sequer acho essa menina pela Internet, mal tenho certeza do nome dela. Mas lembro dessa frase quase todos os dias da minha vida. Lembro porque sinto um cheiro embriagante me invadindo as narinas, tomando minhas maçãs do rosto e dançando pelos meus cabelos. Um perfume vivo de quem está por perto. E não está. Não adianta eu tentar sufocá-lo, tapar o nariz, acender incenso, incendiar a casa. O cheiro entra pelo quarto rasgando as cortinas, apossa meus ombros, me deita na cama e beija os lábios. É o cheiro do meu amor.
Cheiro refrescante de quando você me sorri mansinho, me abraça apertado e me chama de nomes cafonas que só a gente acha romântico. Cheiro pesado de quando o ciúmes nos vence, das saudades doloridas e dos desentendimentos tão irracionais. Cheiro alegre de quando a gente não consegue parar de falar do quanto se ama, se beija, se morde e ri sem parar de tanta coisa que não dá pra enumerar. Cheiro que eu sei que é seu de longe, que não sai nem trocando seu perfume, cheiro do seu corpo, do seu ser, da sua certeza, da sua felicidade. Cheiro que agora também sou eu, parte sua, carne, alma, coração. O melhor cheiro do mundo.

11.1.11

Quote

"É chato demais ver teus sonhos indo pelo ralo, ver que você vai encontrar mais problemas do que alegrias e que tua felicidade se resume a sair ileso de encrencas".



Poeta (des)conhecido.

6.1.11

Epitáfio I

Eu te imagino morrendo aos 25 anos. Achou que podia sacolejar esse dedinho petulante na cara de qualquer um. Não podia. Balançou e derramou meio litro de vinho na camisa. A mão imensa te acertou a face brutalmente, caiu no chão e chorou. Saiu correndo e ele ficou parado, gritou uma dúzia de palavrões e pediu a saideira. Você morava longe, esse foi o descuido. Foi caminhando apressadamente e olhando para trás vez em quando: imbecil, nojento, covarde. Praguejava como lhe é de costume. Mas não era um dia como todos os outros em que você achou que podia sair por aí cuspindo essa saliva fétida nas narinas das pessoas. Ele te encontrou chorando num ponto de ônibus, a meia-fina rasgada no joelho sangrento. Encostou o carro. Você, ingênua e prepotente como sempre fora, já foi emendando: não vou te perdoar. Ele te olhou dentro dos olhos e sem mirar disparou 3 balas. Pá, pá. Pá. Essa última no meio do peito, furando o broche da sua blusa. Você não teve tempo de raciocinar - o que foi bom, você nunca dominou essa arte.
Um pedreiro a encontrou na manhã daquele dia fedendo a carniça. Formigas te atacavam e um besouro beliscava a tua boca cheia de carnes. Sua família vestiu o luto e os tantos que tentaram ser seus amigos foram dar o último adeus. Você repousava imperativa no caixão, esse rosto sisudo, a cabeça enfaixada. Apareceram 4 ou 5 homens, um com câncer e outro não tem certeza se te conhecia. Duas mulheres passaram por lá, juro ter visto uma lágrima lá pelas 4 da madrugada. Coroa de flores não te mandaram. Caro demais.
No seu enterro 12 pessoas contadas nos dedos das mãos e mais duas narinas. Uma cruz azul espetada no topo, o nome escrito errado. Sua mãe colocou uma florzinha enterrada de mau jeito na terra cru de sua tumba. Era amarela como a sua vida foi. Mais tarde uma mulher trajando branco passou por lá, sussurrou umas palavras e num gesto pensado sambou em cima do seu jazigo. Amassou a flor e levou a cruz consigo. "Ninguém vai notar", pensou em voz alta.
Depois desse dia jamais ouviu-se falar de você novamente.