25.8.10

Preocupations

Insatisfeita, essa sou eu. E não é com a sorte, com o trabalho, com o namorado. É comigo. É, principalmente, com a rotina.
No começo do ano eu sabia que seria um período árido, acompanhar faculdade com trabalho, cuidar da vida sem pai e mãe, me virar. Só que isso tudo não tem sido problema.
O drama da vez é a rotina. Acordo, trabalho, estudo, durmo. Tudo meia-boca, tudo nas coxas, vou levando. Não sei qual a última vez que li algo para a faculdade, mato trabalho, não cuido da casa. Não gosto mais das obrigações. Fosse em abril estaria virando a noite com guaraná em pó para diagramar e acordar cedo no outro dia. Em tempos de agosto eu já não sei o que adio primeiro.
Fui programada logo ao nascer para não conseguir executar tarefas que repudio, é a hipótese mais aceita por mim. Odeio diagramar, odeio acordar cedo, odeio depender do horário dos outros. Tem sido desgastante lidar com essas coisas todos os dias. E o barulho do centro, e a comida de restaurante, e o sono acumulado e a vontade de estar longe dali.
De repente me surgiu uma vontade de ter bebedeiras, dormir até meio-dia, passar o dia todo na UEL, fazer algum projeto, ler qualquer coisa, fazer amigos. Tive vontade de viver do ócio, de dormir em excesso, de me cuidar.
Nesse momento eu quero qualquer coisa, qualquer saída. Eu quero ouvir umas músicas, ver filmes, bater perna. Eu quero sumir daqui. Quero pegar o meu amor pela mão e fugir pra bem longe. Eu queria eu e ele e a praia. Eu queria pouco, esfriar a cabeça. Queria ter 19 anos.
O que perturba é que amanhã eu preciso acordar cedo, trabalhar, fabricar pautas, diagramar. E tudo isso não é simples. O que perturba é que tem mais deveres por vir e mais obrigações. O que perturba é que a minha frustração atingiu um nível tão alto que eu nem posso descrevê-lo.
Eu só sei que estou cansada, saturada da rotina, precisando de férias, querendo passar uns bons dias sozinha, outros com o amor. Limpar tudo aqui dentro da cabeça, relaxar o corpo. Reiniciar. Tô precisando de menos preocupations, como diriam os Novos Baianos.

22.8.10

Changes

Yesterday all my troubles seemed so far away, now it looks as though they're here to stay.








Oh, I believe in yesterday.

16.8.10

19


Aí chegaram os 19 anos. Aí veio o perfume, o relógio, roupas e uma bolsa de cordão dourado. Aí vieram as mensagens, as ligações e os abraços. Os cumprimentos. Aí veio um bolo de chocolate, um big tasty e uma tequila. Veio o choro, o Valentino, as risadas, a música ruim e a cerveja. Antes disso veio o pedido disfarçado no meio de um riso nervoso, com mais cara de sugestão, interrogação seguida de exclamação. Cumprindo o protocolo com a ansiedade de uma criança que já sabe a resposta na ponta da língua: é claro que sim. É claro que sim. Aí chegou o compromisso que só faltava o nome. Aí vieram a falta dos pais, os amigos da terrinha, a vida adulta. 19.
Aí veio engolindo a semana o sábado e domingo. Aí a madrugada reservou o seu presente e o riso tenso se transformou em beijos e carinhos. Veio o melhor fim de semana dos 19 anos já vividos sem motivo aparente ao restante da sociedade. Veio a descoberta de que "agora eu quero só você" e que o você também me quer. Veio um novo sorriso da vida, novas preocupações, novos rumos. Veio a segunda-feira gelada inundando a felicidade da folga, veio a rotina, os medos, as angústias, o jornalismo. Vieram os 19, novas metas, uma semana inteira. Uma semana de 19, de ideais, de concepções, de amadurecimento. Uma semana de namoro. Uma semana de uma vida melhor, de uma vida que eu lutei muito para conquistar.
Vieram os 19 anos e com ele uma Luciana 19 vezes mais livre, completa. Uma Luciana 19 milhões de vezes mais feliz.